Este é um dos desiquilíbrios que afeta mais pessoas no mundo sendo uma das consequências do mundo dito moderno dos dias de hoje.
Vivemos num “mundo moderno” mas não é moderno de verdade. Em comparação com a época medieval, ou mesmo andando apenas 30/40 anos para trás, podemos dizer que vivemos num mundo com mais tecnologia, mais robótica, mais manipulação genética, mais conhecimento, mais estímulos emocionais e sensoriais, com grandes transformações e conquistas mas… nem por isso se veêm mais pessoas felizes. Venderam-nos a ideia de que o mundo moderno nos traria felicidade, prosperidade e juvenilidade e, ainda que tenha trazido a alguns, não é o que se consta por aí.
Segundo a perspetiva da Teoria dos cinco movimentos (elementos) da medicina chinesa, cujos princípios básicos e seus fundamentos derivam do antigo taoismo, a saúde deriva do equilíbrio dinâmico entre Yin e Yang onde o Qí (chamemos-lhe energia vital para simplificar) sobe e desce, vai para dentro e para fora, varia entre o fresco e o morno e com movimento normal.
No entanto, na ansiedade assistimos a um estímulo emocional forte que afeta o Fígado, Coração e o Baço-Pâncreas e que provoca uma ascensão constante e violenta de Qí e Sangue para o superior . Isto mostra-nos que o corpo tem necessidade de recorrer às funções de descida do corpo para manter o equilíbrio dinâmico entre a subida e a descida, exigindo um esforço extra do Pulmão, Vesícula Biliar e Estômago (cada um com funções específicas no movimento de descida do Qí e do Sangue). À medida que a ansiedade se instala e se vai tornando “crónica”, torna-se num drenante energético de todos os órgãos que referi atrás e começará a drenar tamém as baterias do corpo (Rins) e o sistema de evacuação (Intestino Grosso).
O que acontece quando estes órgãos começam a ficar fracos?
Um estímulo emocional forte ou qualquer outro acontecimento intenso provoca uma ascensão violenta de Qí e Sangue de forma constante e provoca estragos em vários outros sistemas do nosso corpo. Seguem-se alguns exemplos dos sintomas mais comuns associados aos órgãos equivalentes segundo esta escola de medicina milenar.
Fígado – Irritabilidade, instabilidade emocional, raiva
Coração – insónia, palpitações, taquicardia, hipertensão arterial
Baço-Pâncreas – Cansaço, falta de memória a curto prazo, preocupação excessiva, pouco apetite (yin), distensão abdominal, acumulação de humidade no corpo, mãos e pés tendencialmente frios
Pulmão – respiração mais curta, difícil e acelerada,
Vesícula Biliar – Dor de cabeça temporal, dificuldade em tomar decisões,
Estômago – refluxo, azia, muito apetite (yang), naúseas
Rins – Suor noturno, dores lombares, joelhos fracos, mentruação irregular e/ou dolorosa, impotência, falta de memória a longo prazo
Intestino Grosso – diarreia ou “prisão de vente”
Parecem poucos sintomas mas poucas são as pessoas que não experienciam ou que ainda não tenham experienciado alguns deles. Está visto que estamos a anos-luz de sentir que o estilo de vida moderno possa ser compatível com os conceitos de saúde, bem-estar ou até de felicidade.
Se não cuidares de ti agora, como pensas cuidar de ti no futuro? Recusa-te a aceitar algumas coisas em ti que possam parecer “normais”.
Espero-te bem,
João
Oi, João. Estou aqui dando mil voltas com o processo de imigração e recebo esta mensagem. Realmente havia pensado hoje que preciso controlar a minha ansiedade. Muito bom te ler. Obrigada.
Obrigado Carmen pelo o comentário 🙂 Que corra tudo bem por aí!
João